«Paulo é um ilusionista de palmo e meio. Tem apenas 6 anos.Fica comprovado que, desde muito cedo, o IAC meteu o “bichinho” do ilusionismo ao PC.
[…]
Sempre que actua a plateia rende-se à sua arte. É que o ilusionismo parece ter nascido com ele.
Metido num ambiente onde o Ilusionismo é estudado quase diariamente, PAULO começou a demonstrar certas aptidões para a arte mágica mas o difícil era conseguir-se uma adaptação ao seu estilo. […]
Mas, outro estilo ele pedia e então nasceu o «médium» Paulo. A verdade é que consegue responder às mais diversas perguntas, e aos mais variados objectos. A tudo responde e, com tal velocidade, que empresta ao seu trabalho além de mistério a admiração de quem o vê.
Paulo, a continuar assim, será um caso sério do nosso ilusionismo, como telepata..»
Em 16/5/1971 na secção MAGIA do Jornal de Notícias, o CCC escreveu:
«Apresentado às plateias do Coliseu, Pavilhão Infante Sagres e Vale Formoso, através do programa PICA-PAU, como fenómeno telepático, Paulo, um pequerrucho de 6 anos de idade, não desmereceu a apresentação. O público levantou-se no final das actuações e, de pé, aplaudiu o pequeno-grande, artista.»Fica comprovado que o IAC levou desde muito novo (6 anos) o PC a fazer espectáculos comerciais. Também se comprova que o CCC (ou será o IAC?) fez de PC um pequeno-grande artista.
Em 5/9/1971 na secção MAGIA do Jornal de Notícias, o CCC escreveu:
«É que entre os assistentes, estava o pequeno telepata Paulo (6 anos) considerado hoje um dos melhores da Europa. Tendo sido reconhecido por diversos espectadores, estes quiseram a sua presença no palco. Paulo, que somou grande êxito na T.V. correspondeu e ofereceu ao público um pequenino «show» que levou os presentes a aplaudi-lo de pé, durante largos minutos.»Fica comprovado que o PC somou grande êxito na TV. Também se comprova que o PC foi considerado (por quem, pergunto eu?) um dos melhores da Europa, aos 6 anos de idade.
Início de parêntesis nesta sequência de comprovação do guião do filme “O GRANDE FRUSTRADO”
Quero aqui deixar bem claro que considero que o trabalho artístico do PC era um trabalho de muito valor. O ridículo está na forma como o CCC/IAC se refere ao PC e os “chavões publicitários” (que, neste caso, não são da responsabilidade da Oficina das Coisas…) perfeitamente descabidos, pois um pai nunca consegue ter o distanciamento adequado relativamente ao trabalho do filho, muito menos, quando esse trabalho é feito em dueto. O ridículo em que cai o CCC é total quando atribuiu a Fred Kaps a mesma adjectivação que atribuiu ao PC como se pode verificar no extracto seguinte (com sublinhado meu):Fim do parêntesis
«Em 6/5/1973 na secção MAGIA do Jornal de Notícias, o CCC escreveu:Vemos então: em 5/9/1971, «o pequeno telepata Paulo (6 anos) considerado hoje um dos melhores da Europa.» (sic) e em 6/5/1973, «Kaps um dos melhores mágicos da Europa.»
Fred Kaps assim se tornou alvo de interesse e conseguiu força comercial angariada através de Congressos e Certames de nível, tais como Congresso Holandês de Magia, Congresso Internacional de Barcelona, etc.. Depois foi um caminhar permanente com categoria e rótulos à mistura, que fizeram de Kaps um dos melhores mágicos da Europa.»
Palavras para quê? É a isenção e capacidade crítica do CCC no seu melhor.
Em 25/6/1972 na secção MAGIA do Jornal de Notícias, o CCC escreveu:
«De olhos vendados, o pequeno PAULO, prepara-se para recolher a pergunta e transmitir a resposta, por vezes bastante difícil, mas que torna ainda mais brilhante, a actuação do: “mais pequeno mentalista do mundo”.»Fica comprovado que o CCC fez do PC, «o mais pequeno mentalista do mundo».
Em 9/1/1972 na secção MAGIA do Jornal de Notícias, o CCC escreveu:
«Destes novos há que destacar o pequeno mentalista de 6 anos – Paulo. Não é uma promessa, é uma real afirmação de um valor que se impôs em meia dúzia de meses e que o classifica como um dos grandes do mentalismo a nível internacional.»Fica comprovado que, em meia dúzia de meses, o PC chegou ao patamar de um dos grandes do mentalismo a nível internacional. Nada de novo. Afinal de contas, era isso que já tínhamos visto no parênteses atrás efectuado.
Em 7/1/1973 na secção MAGIA do Jornal de Notícias, o CCC escreveu:
«PAULO confirmou o que tínhamos previsto. A sua ida aos Estados Unidos e ao Canadá, em Setembro do ano findo, consagrou-o além-fronteiras. O êxito foi de tal ordem que averbou mais um título – o menino que deslumbra. Paulo foi bem o artista mágico do ano 72.»Fica comprovado que o IAC fez com o PC digressões nos Estados Unidos e Canadá, donde o PC trouxe o apelido de «o menino que deslumbra»
Em 21/3/1971 na secção MAGIA do Jornal de Notícias, o CCC escreveu:
«Paulo é um ilusionista de palmo e meio. Tem apenas 6 anos.Em 7/5/1972 na secção MAGIA do Jornal de Notícias, o CCC escreveu:
«No mesmo dia, uma hora mais tarde, outro mentalista, este de 6 anos de idade – Paulo – era sensação no Teatro S. Pedro, em Espinho.»Em 20/8/1972 na secção MAGIA do Jornal de Notícias, o CCC escreveu:
«Paulo, de 7 anos de idade, é considerado uma revelação no capítulo do mentalismo.»Em 30/9/1973 na secção MAGIA do Jornal de Notícias, o CCC escreveu:
«O mais novo participante, tem sete anos de idade. Trata-se de Paulo, que apesar de ter tão poucos anos, é sem dúvida um dos mais conceituados artistas portugueses no género – mentalismo e transmissão de pensamento.»
Entre 21/3/1971 e 7/5/1972 transcorreram mais do que 13 meses e meio e o PC manteve, durante este período, sempre a mesma idade (6 anos)
Entre 20/8/1972 e 30/9/1973 transcorreram 13 meses e 10 dias e o PC manteve, durante este período, sempre a mesma idade (7 anos)
Fica comprovado que o CCC mentiu, por vezes, na idade do PC. Não será despicienda ideia de obter um maior reconhecimento para o respectivo trabalho.
Não tenho dúvida que a frustração do CCC em não ter conseguido manter o filho com presença performativa na área do ilusionismo é muito grande. Escusava era de transformar essa frustração em raiva e demonstrar tanta dor de cotovelo por eu ter conseguido sucesso como mestre do meu filho.
Desta forma vira-se na direcção do próprio CCC aquilo que escreveu na ENTRADA LIVRE 36 (Qui Abr 23, 2009 9:35 am) e que, seguidamente, reproduzo:
«A calcificação (óssea) do cotovelo, quando necessária, não substitui uma consultazita á dor, salvo se esta for provocada pela psicose da amargura. A confirmar-se, então, a patologia está na frustração.»