Resposta aos ataques do cronista e crítico Cardinal

sábado, 27 de fevereiro de 2010

Capítulo 5 – PRIMEIRO ATAQUE DIRECTO (29 de Outubro de 2009)

Na ENTRADA LIVRE 53 (Qui Out 29, 2009 10:36 am) o CCC escreveu:
«Há notícias de e com magia, que nos surpreende . Falo da Oficina das Coisas, instalada na Rua da Alegria nº1955, no Porto que, segundo o seu texto, corresponde a um conceito diferente de lazer e, ao correr da pena, refere várias temáticas, como restauro, pintura, cerâmica, vitrais ou Oficinas do tipo “Tardes de Origami”, “Caligrafia Chinesa” destaca uma “Oficina de Magia” para o próximo Sábado, 31 de Outubro, orientada por José Guimarães (Mágico ).

Não creio que este José Guimarães seja o ilusionista Jomaguy que habitualmente utiliza o apêndice publicitário “o mágico de proximidade”. Ou será que será?

Cabe aos mentalistas procurar certezas , não no além, mas no chão das várias secções da Oficina das Coisas, casa antiga recuperada que dispõe de, e cito: ...um espaço lúdico, polivalente e inderdisciplinar, onde se associam a venda do mobiliário e objectos exóticos, a exposição e venda de objectos de arte e a formação em artes aplicadas” Fim de citação.

Então o que me surpreende ?

Se eu , casuísticamente, merecer leitura estou em crer, não porque seja um crente militante, de que haverá outros a surpreenderem-se.

A venda de mobiliário e objectos exóticos (não eróticos) por exemplo, encaixa com uma Oficina da Magia nos termos em que se apresenta?

Esta Oficina de Magia propõe-se aceitar, para este 31 de Outubro, das 15h00 ás 18h30, um grupo máximo de 12 participantes com pagamento (obrigatoriamente antecipado) de 35€ por inscrito e justifica com esta prosa: “ Nesta oficina serão ensinados truques de magia que não exigem treino prolongado, mas que podem fazer de si o centro das atenções nas mais diversas situações de índole social e profissional” Fim de citação

Como é fácil e rápido ser-se mágico (ou ilusionista?) em Portugal e logo podendo ser o centro das atenções de índole social ou profissional.

Alô José Socrates; será que este Governo, recém empossado, antecipou este curso, a um conjunto de ministros, permitindo-lhes saír da lateral das atenções para o centro das atenções ?
A vantagem deste curso, digo eu, é que, não havendo exigência de treino prolongado, se casualmente, um ou outro aprendiz (com pagamento em dia) falhar nesta Oficina, poderá candidatar-se a uma possível futura oficina, destinada a balconistas de vendas de mobiliário e/ou objectos exóticos. Naturalmente que se optar por esta modalidade oficinal, o candidato corre o risco de deixar de ser o centro das atenções, nas mais diversas funções, e limitar-se-á a ficar “fora de jogo” e, naturalmente, fora do centro das atenções.

Na vertigem da crença (?) para o centro das atenções, sem treino prolongado, que mais irá acontecer ao ilusionismo/ARTE, mesmo tendo em boa conta a mensagem de força do anúncio da Oficina de Magia ao dizer-nos em bolde e cito “Aceite o nosso desafio e surpreenda os seus amigos!”. Será que un dia serei surpreendido?

Bastar-me-á ter a sorte de haver um amigalhaço inscrito. Mas que seja moderado para ocupar (in)decentemente o centro das atenções
Finalmente, neste escrito, o CCC assumiu uma crítica directa, embora não conseguisse deixar de se revelar hipócrita q.b. ao escrever: «Não creio que este José Guimarães seja o ilusionista Jomaguy que habitualmente utiliza o apêndice publicitário “o mágico de proximidade”. Ou será que será?» (sic)

Curiosamente toda a crítica que me foi feita pelo CCC não tinha a ver com o meu trabalho enquanto mágico, mas centrou-se, basicamente, na publicidade que a Oficina das Coisas tinha divulgado relativamente a uma “Oficina de Magia”, que iria ser ministrada por mim, na respectiva sede.

Goste-se (ou não) dos chavões publicitários usados pela Oficina das Coisas nesta publicidade, ela não continha qualquer mentira. Todos sabemos que quem faz um truque (mesmo que o faça mal) ou quem conta uma anedota (mesmo que não lhe dê o devido “timing”) facilmente se torna, por breves momentos, o centro de atenção numa roda de amigos ou num grupo de colegas de trabalho. Dizer isto será mentira?

Mas a intenção deste escrito do CCC fica muito clara quando se verifica que ele, casualmente, se esqueceu de reproduzir um dos parágrafos do folheto publicitário para, em seguida, tirar um conclusão da sua lavra e afirmar: «Como é fácil e rápido ser-se mágico (ou ilusionista?) em Portugal e logo podendo ser o centro das atenções de índole social ou profissional.» (sic).

Se por um lado não está escrito em nenhum sítio que a publicitada “Oficina de Magia” iria transformar os participantes em ilusionistas (ou mágicos), por outro lado o parágrafo casualmente escamoteado pelo CCC expressava o seguinte: «Muitas vezes a dificuldade está em saber como começar e em encontrar uma oportunidade para dar o primeiro passo». Este parágrafo mostra, de forma inequívoca, o âmbito da formação proporcionada na oficina: o primeiro passo na prática o ilusionismo.

Esta opção de truncar um texto publicitário e, em seguida, enunciar conclusões desajustadas e as criticar é, claramente, reveladora da (falta de) honestidade intelectual do CCC.

Concluindo, «é fácil e rápido ser-se mágico (ou ilusionista?) em Portugal» é a frase mais próxima do conceito de publicidade enganosa que se encontra no texto do CCC, mas a respectiva autoria é do próprio CCC.

O texto crítico do CCC também focou, em tom jocoso (misturar “exótico” com “erótico” é uma graçola reveladora de alguns traumas mal resolvidos…), a inadequação do local onde a oficina seria ministrada. Sobre este aspecto, não me pronunciarei. Qualquer leitor poderá visitar a Oficina das Coisas e tirar as suas próprias conclusões.

Não restam dúvidas que o texto produzido pelo CCC constitui um exemplo perfeito da dita “crítica construtiva” tão defendida pelas boas gentes que todos nós conhecemos. A ler e reler. E, caros leitores, tal leitura ganhará uma nova dimensão depois de saberem que, na década de 70, o IAC (um alter ego do CCC) era publicitado como «o maior ilusionista da Europa».