Resposta aos ataques do cronista e crítico Cardinal

sábado, 27 de fevereiro de 2010

Capítulo 8 – SEM OVOS NÃO SE FAZEM OMOLETES

Um dos argumentos que vieram a público para condenar algumas críticas que haviam sido feitas ao programa “Porto Mágico” foi o da «falta de meios e falta de apoios», ou seja, não se podia fazer melhor. Foi um argumento lançado pelos autores do programa e que mereceu aceitação em alguns sectores da crítica mágica.

Porque tal argumento me parece carecer de qualquer validade para “contra-atacar” qualquer tipo de crítica, coloquei um post no tópico “ CRÍTICA CONSTRUTIVA versus CRÍTICA DESTRUTIVA” do fórum ILUSORIUM (Qua Jan 27, 2010 2:46 pm)  com o seguinte teor:

«Em http://dn.sapo.pt/Inicio/interior.aspx?content_id=1470552 pode ler-se:
Citação:
Haiti/Sismo: Má qualidade das construções agravou os prejuízos

15 Janeiro 2010

Washington, 15 Jan (Lusa) - A má qualidade das construções no Haiti agravou as consequências do sismo de terça-feira, deixando milhares de pessoas sob os escombros, de acordo com técnicos norte-americanos.

"É evidente que a qualidade das construções, mesmo as que foram alegadamente erigidas de acordo com as leis de engenharia, não é de todo boa", disse à AFP Farzad Naeim, presidente da direcção do Instituto de Investigação em Engenharia sobre Tremores de Terra (EERI).

A maior parte dos grandes edifícios de Port-au-Prince, capital do Haiti, foram provavelmente construídos com betão muito compacto, considerou o especialista, apoiando-se no estudo de fotos.

À luz da opinião iluminada de alguns "catedráticos" da nossa praça o sr. Farzad Naeim fez uma crítica destrutiva e derrotista à qualidade das construções no Haiti. Ele deveria ter em conta que, no Haiti, não havia condições para fazer melhor e, em tais circunstâncias, o que foi feito tem que ser considerado muito bom e deve merecer elogios.

Provavelmente, se o sr. Farzad Naeim e os restantes analistas manifestassem tal opinião, a reconstrução de Port-au-Prince seria feita com a mesma qualidade anterior e duraria... até ao próximo sismo de idêntica magnitude.»

Qualquer leitor percebe que me limitei a mostrar o ridículo das opiniões daqueles que apelidaram de “crítica destrutiva e derrotista” as opiniões desfavoráveis emitidas sobre o programa Porto Mágico, suportando tais opiniões no facto de não se poder fazer melhor em virtude da falta de meios e apoios.

Como se pode verificar a crítica está abstracta e só enfia a carapuça quem achar que ela lhe serve. Um eventual destinatário concreto nem sequer poderia ser o CCC, pois só no dia seguinte ele viria juntar-se ao coro dos que aceitavam tal tipo de argumento quando escreveu na ENTRADA LIVRE 69 (Qui Jan 28, 2010 10:13 am):
«[…] sentei-me como aprendiz de ilusionismo, sem inveja pelos Mestres (mestres com “m” pequeno ?) e, como aprendiz, notei haver uma estrutura técnica escassa à imagem dos tempos de crise que varre todos os orgãos de Comunicação Social pela queda drástica das receitas da publicidade e, natural míngua de patrocinadores onde, naturalmente a “Porto Canal” como orgão regional mais sofre. Não é despiciendo o momento dramático porque está a passar a generalidade da Comunicação Social (incluo as Tvs ditas de 1ª linha). Com este cenário, que é real, sai valorizado , ainda mais, o trabalho destes dois jovens em arriscar, sem rede, trazer o ilusionismo ao grande público com a dignidade bastante que não envergonha a Arte (falo do “dois”).»

Mas o CCC viria a pegar no conteúdo do meu post e a dar-lhe uma interpretação falaciosa, para, dessa forma, tentar expor-me ao ridículo de usar uma catástrofe (que todos lamentamos) para malhar num programa de ilusionismo. Abordarei isso no Capítulo 10.