E que escreveu o CCC sobre isso? Rigorosamente, NADA!
Mas será que o CCC aprova o plágio? Creio que não a avaliar por alguns dos seus escritos passados que relembro, em seguida.
Em 11/4/1971 na secção MAGIA do Jornal de Notícias, o CCC escreveu:
«O plágio constante de efeitos é um facto. Raramente se vê um ilusionista criar algo de novo na sua rotina. Cada vez que se apresenta que se apresenta, assiste-se à teimosia de manter os mesmos truques e métodos sem alterar, até, a encenação do efeito.»Em 28/11/1971 na secção MAGIA do Jornal de Notícias, o CCC escreveu:
«PLÁGIO NA CONFECÇÃO DE TRUQUESEm 5/12/1971 na secção MAGIA do Jornal de Notícias, o CCC escreveu:
Ficou no ar a pergunta: como devemos proceder para defender a autoria? É a pergunta que interessa ter resposta, para a ética do ilusionismo. O plágio de confecção está de tal forma vulgarizado, sem se saber como nasceu o estudo do aparelho e a quem pertence., que basta ver um ilusionista em actuação para fazer cópia do trabalho apresentado.»
«Será até um atentado à profissão do ilusionista? Mas se assim o estúdio não proceder, quem lhe garante a compra do que fabrica, ou defende os estudos de truques de que são autores? E tudo, porque o plágio é rei, na rainha das artes.»Em 12/11/1972 na secção MAGIA do Jornal de Notícias, o CCC escreveu:
«Então o processo mais agradável para alguns, é decidirem-se pelo plágio e depois, requisitar uma carteira profissional, que lhes dá o direito de intitularem-se ilusionistas.»Em 14/1/1973 na secção MAGIA do Jornal de Notícias, o CCC escreveu:
«AINDA A PRAGA DOS OPORTUNISTASEm 21/3/1976 na secção MAGIA do Jornal de Notícias, o CCC escreveu:
Infelizmente, a qualidade deixou muito a desejar nos recém chegados (que não formados) ilusionistas.
A sua escola, feita através do plágio, por vezes deformado, pois nem sempre o truque é o que se julga ser, deu ao público pagante uma imagem errada do que é, e do que pode ser o ilusionismo […]»
«ILUSIONISMO, ILUSIONISTAS E ÉTICAEm 28/11/1976 na secção MAGIA do Jornal de Notícias, o CCC escreveu:
O plágio é o grande mal que aflige a arte do ilusionismo. Por vezes violenta-a. Entra por ela dentro e dá os primeiros passos para, num futuro breve, desmoralizar quem pratica a magia como a «rainha das artes».
Adeptos do ilusionismo, de recursos medianos no que toca a imaginação, recorrem ao plágio. Aqui está o perigo de tornar o ilusionismo insípido e desinteressante, pois esta arte «vive» da frescura e da permanente renovação.
E mais. Por vezes, um belíssimo truque, visto e aplaudido, perde-se quando o plágio é executado por outro artista, que não se adapta às suas características. Muito teríamos a dizer, a propósito, mas preferimos ficar por estas linhas, confiados em que todos compreendam que o plágio não serve o ilusionismo, muito menos os ilusionistas e o público.»
«Insígnias & Cª
Dr. Karter Mendes, jovem bracarense, adepto e entusiasta do ilusionismo, parece ter levado longe demais o seu fervor, em prejuízo da imaginação, factor indispensável na arte. Aproveitando-se da insígnia da revista mágica portuguesa «4 ases» para se publicitar, Karter Mendes começa pelo caminho menos acertado: o plágio.»
Porque será que, tendo este passado imenso de condenação pública do plágio, o CCC nem uma palavra escreveu para condenar o plágio praticado no Porto Mágico?
Não sou adivinho e, portanto, não tenho resposta a tal pergunta. Mas todos os leitores concordarão que não será despiciendo o facto de um dos autores do programa ser colaborador do MAGICVALONGO.
Mais uma vez, a isenção e imparcialidade do CCC ficam patentes…