Resposta aos ataques do cronista e crítico Cardinal

sábado, 27 de fevereiro de 2010

Capítulo 7 – HÁ PLÁGIOS e… PLÁGIOS

Com o início da transmissão do programa de TV “Porto Mágico” vieram a público uma série de apreciações e críticas ao mesmo. Um dos temas incontornáveis das críticas efectuadas (e o único que abordei directa e publicamente) não poderia deixar de ser o plágio descarado de cenas do filme THE SHORT SECRETS (de Jean-Luc Bertrand), o qual foi vencedor do galardão "Best Short Magic Film AOI FILM FEST 2006 Las Vegas, NV". Este filme vem incluído no DVD "The Real Secrets of Magic" (Vol.1) de DAVID STONE.

E que escreveu o CCC sobre isso? Rigorosamente, NADA!

Mas será que o CCC aprova o plágio? Creio que não a avaliar por alguns dos seus escritos passados que relembro, em seguida.

Em 11/4/1971 na secção MAGIA do Jornal de Notícias, o CCC escreveu:
«O plágio constante de efeitos é um facto. Raramente se vê um ilusionista criar algo de novo na sua rotina. Cada vez que se apresenta que se apresenta, assiste-se à teimosia de manter os mesmos truques e métodos sem alterar, até, a encenação do efeito.»
Em 28/11/1971 na secção MAGIA do Jornal de Notícias, o CCC escreveu:
«PLÁGIO NA CONFECÇÃO DE TRUQUES
Ficou no ar a pergunta: como devemos proceder para defender a autoria? É a pergunta que interessa ter resposta, para a ética do ilusionismo. O plágio de confecção está de tal forma vulgarizado, sem se saber como nasceu o estudo do aparelho e a quem pertence., que basta ver um ilusionista em actuação para fazer cópia do trabalho apresentado.»
Em 5/12/1971 na secção MAGIA do Jornal de Notícias, o CCC escreveu:
«Será até um atentado à profissão do ilusionista? Mas se assim o estúdio não proceder, quem lhe garante a compra do que fabrica, ou defende os estudos de truques de que são autores? E tudo, porque o plágio é rei, na rainha das artes.»
Em 12/11/1972 na secção MAGIA do Jornal de Notícias, o CCC escreveu:
«Então o processo mais agradável para alguns, é decidirem-se pelo plágio e depois, requisitar uma carteira profissional, que lhes dá o direito de intitularem-se ilusionistas.»
Em 14/1/1973 na secção MAGIA do Jornal de Notícias, o CCC escreveu:
«AINDA A PRAGA DOS OPORTUNISTAS
Infelizmente, a qualidade deixou muito a desejar nos recém chegados (que não formados) ilusionistas.
A sua escola, feita através do plágio, por vezes deformado, pois nem sempre o truque é o que se julga ser, deu ao público pagante uma imagem errada do que é, e do que pode ser o ilusionismo […]»
Em 21/3/1976 na secção MAGIA do Jornal de Notícias, o CCC escreveu:
«ILUSIONISMO, ILUSIONISTAS E ÉTICA
O plágio é o grande mal que aflige a arte do ilusionismo. Por vezes violenta-a. Entra por ela dentro e dá os primeiros passos para, num futuro breve, desmoralizar quem pratica a magia como a «rainha das artes».
Adeptos do ilusionismo, de recursos medianos no que toca a imaginação, recorrem ao plágio. Aqui está o perigo de tornar o ilusionismo insípido e desinteressante, pois esta arte «vive» da frescura e da permanente renovação.
E mais. Por vezes, um belíssimo truque, visto e aplaudido, perde-se quando o plágio é executado por outro artista, que não se adapta às suas características. Muito teríamos a dizer, a propósito, mas preferimos ficar por estas linhas, confiados em que todos compreendam que o plágio não serve o ilusionismo, muito menos os ilusionistas e o público.»
Em 28/11/1976 na secção MAGIA do Jornal de Notícias, o CCC escreveu:
«Insígnias & Cª
Dr. Karter Mendes, jovem bracarense, adepto e entusiasta do ilusionismo, parece ter levado longe demais o seu fervor, em prejuízo da imaginação, factor indispensável na arte. Aproveitando-se da insígnia da revista mágica portuguesa «4 ases» para se publicitar, Karter Mendes começa pelo caminho menos acertado: o plágio.»

Porque será que, tendo este passado imenso de condenação pública do plágio, o CCC nem uma palavra escreveu para condenar o plágio praticado no Porto Mágico?
Não sou adivinho e, portanto, não tenho resposta a tal pergunta. Mas todos os leitores concordarão que não será despiciendo o facto de um dos autores do programa ser colaborador do MAGICVALONGO.

Mais uma vez, a isenção e imparcialidade do CCC ficam patentes…